domingo, 18 de novembro de 2007

tá sempre ventando contra minha janela transparente. ela sendo transparente o que eu quero dizer na verdade é que tem uma que não é transparente. e ela está logo atrás da transparente. nesta também venta o vento. mas nesta que eu acabei de falar nunca tá frio. ela não esfria. enquanto a transparente sempre que a toco parece um gelo. e se alguém me diz que está feliz é porque deve estar de verdade. e então eu caminho até a janela toda a noite. ela nunca esquenta. é feita de vidro semi boleado. é transbordada de pouca transparência. na verdade ela não é transparente, ela é deformadora. enquanto eu escrevo isso já escutei a mesma música três vezes. mas por que escrever sobre uma janela semi-boleada, nenhum pouco transparente e deformadora? nem eu sei. mas acho que tudo está ligado através de uma corrente incessante. eu escrevo. eu leio. alguém mais lê. e alguém pode até ouvir a mesma música que eu estou ouvindo. é o mesmo contexto mas é diferente. é sempre um domingo sem sol quando eu tento pensar num futuro melhor. isso é bom porque o sol costuma queimar a vista por aqui e com a vista queimada quem poderia enxergar um futuro melhor ou pior? acho que pra isso que serve a janela, pra enxergar o futuro! seja deformado ou transparente. e acabou a música.