quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

lembranças do tempo em que o tempo falava - comigo. de um velho para outro.

uma coisa estranha acontece com o tempo. ele se torna cada vez mais rápido. num piscar de olhos ele começou a se expressar e a me dizer algo. coisas que eu não entendo. as marcas foram ficando mais evidentes a cada dia. a música que vinha com as marcas cada vez mais alta e cortante. o cérebro mais lento não podia mais nem tentar captar aquilo. doía. os sentidos se apagaram. o apego pelas coisas se perdeu. brilhou o sol mais uma vez. não consegui me levantar. o tempo dizia que não havia tempo a perder. mas perdi.
hoje com 99 anos e um funeral me aguarda.

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