segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

linhas tortas ou um emaranhado?
por que parar de escrever quando o tempo é propício?
sabe de uma coisa
acho que o certo virou balde d'água
e mentira virou café
o que isso significa?
sabe lá
procura achar
alguma coisa deve querer dizer
querer mas não dizer talvez seja pior
melhor seria desperceber
passar do lado
passar por cima
você não vê o vento
mas crê nele.
tudo que não se vê não se pode crer?
e o que seria então da poesia?
ela é sentida e não vista
mas quem nela não crê?

por aí devo ir?
ainda procurando
nada encontrando
a questão é continuar
ou parar
ou sentar
ou pensar
nada
tudo
sabe que é assim
todos pensam
poucos falam
os olhos dizem muito
muito falam
pouco dizem
sinto
muito
sinto
uma longa estrada
pouca coisa?
pouco tempo
tempo pouco?
linhas tortas
coração de ventriloco
telhado de vidro
há quem negue
há quem esteja simples
há quem seja simples
há quem ajude
há quem atrapalhe
resta saber o quê?
resta saber pro que torcer
resta saber que raça escolher
que raça de cachorro
felicidade não se encontra assim
se procura
muitos não acham
dúvidas? acho que pra vida toda
mas e se não tiver
ah, daí é desenrolar
daí é improvisar
daí é pra frente
pra trás só as costas
e daí não se sabe de onde vem
para onde vai
isto é simples de se resolver

ou se pensa e logo existe
ou se pensa e logo desiste

escolha um e seja feliz
é assim. 5 horas da manhã é uma hora crítica. impressionante. às vezes atrasa. às vezes adianta. o que importa?
continuamos citando os mortos. continuamos esperando pelos mortos. um pouco de expressão não faz mal a ninguém. sinto saudades de minhas viagens. por que não vou viajar de novo
? estranhamente agora tudo faz sentido de novo. era um velho homem que me perseguia. tudo parecia desconfortável. finalmente me sentia como devem se sentir os personagens dos filmes: presos. sem saída de uma tela branca. mas a tela se ilumina do nada. e tudo parece ter sentido. o triste é que uma hora a tela apaga. e é hora de sair da sala. é hora de deixar a poltrona confortável. enquanto estávamos nela era como estar com uma mãe. enquanto estávamos nela era como estar só nela. nada mais importava. nem um pingo de chuva que lá fora caia no mesmo momento em que você sorria. nem um cão que na calçada deitava e tomava um banho de chuva. não via água há muito tempo. uma semana e nada de chuva. finalmente ela caiu. duas semanas sem música. e finalmente tudo volta a vibrar. a máquina que não é máquina volta a respirar. já sem tempo para pouca coisa. e tudo parece estranhamente ótimo. tudo parece estar bem. até que a terra pareça te engolir. e tudo volta a escuridão. mas isso é só na hora crítica, então porque não aproveitar a hora boa e quem sabe a hora crítica não volte. 5 horas

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

enquanto a inconsequência se fazia em pedaços
e do breve encalço
me saltava a solidão

eu pensava toda noite
em como seria o dia
em que eu me tornaria um não

daí veio a manhã
e eis que de dentro dos espaços
surgiu um breve suspiro que percebeu que eu lia

percebi então que se desfazia
uma entrada de uma escada
uma bela mansão

nada mais do que triste conclusão
nem belos poemas
nem cartas de amor

só queria naquele dia
pode morrer no teu olhar
e nascer dentro de uma bela canção


rima pobre ou rica
agora tanto faz

terça-feira, 11 de novembro de 2008

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Faces eróticas de um lado. marcas de nascença de outro. marcas televisivas numa perna. gangrena que parte em dois a vida pública. nada que reste entre quatro paredes. ruínas que se fazem de ruínas. poesia que se entrega ao acaso. instinto que se perde num vão desespero racional. a busca pela resposta que se encontra finalmente sem solução. uma criança que chora por comida. um filme que roda sem parar mostra um parto. uma carroça cai sobre um homem pobre. uma mulher já sem os dentes se entrega a prostituição. continuamos vivendo na lama. continuamos sem enxergar a luz do sol. exercemos um direito inocente que se chama voto. a isso se chama liberdade. a chama dizem que já se apagou. a arte dizem que já morreu. o rock dizem que já caducou. ao novo dizem que já ficou velho. a notícia dizem que já ficou obsoleta. a célula tronco dizem que tem futuro. ao futuro dizem que já virou passado. a resposta para a pergunta fundamental dizem que não sabem. existe vida após a morte? não sei. me ocupo em escrever pequenos textos que não publico. vou ao cinema e ao teatro. encontro pessoas na rua que pensam que sabem para onde vão. encontro em cada esquina um cachorro que mesmo depois de morto continua a ser chutado. encontro em cada esquina a repetição da última cena. encontro em cada esquina uma criança que continua cheirando cola, porque comida não tem. aí eu simplesmente viro a cara. encontro em cada rua um beco sem saída. em cada depressão algo mais fundo. em cada fungo um pouco de vida. em cada sonho um pouco de dinheiro. em cada dinheiro uma gota de sangue. em cada gota uma mentira nova. em cada mentira uma única verdade: não existe uma única verdade. e assim se faz a vida. que se renova e que se insiste em se chamar de vida. em que se insiste em chamar de novela. e que continua tendo um final feliz que nunca chega porque não passou de ilusão. e se pergunta: ainda há esperança? e eis que surge um nobre cavaleiro que diz: me chamo morte! e eis que surge um outro e diz: me chamo vida! e eis que nada mudou desde sempre. estamos aqui agora e depois nada.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Ode a um novo filme sobre doenças ou o que é Ode?

dr. stone invadiu minha casa pela manhã, encontrou alguns livros novos sobre a estante, mas lhe interessava algo mais.
procurou sobre o computador e viu uma breve resenha sobre o novo filme de truffaut a ser lançado em 2019. era uma ode a obra do recém nascido escritor Mellville. um leve arranhar na janela do meu quarto e eis que tudo não passava de realidade. mas que realidade a do sonho ou da vida?
da novela ou do consciente?
sei lá só sei que dr stone continuou sua busca até que encontrou minha doença. eram poucos dias que me restavam. eram muitos dias que eu esperava. sabe lá o que querem dizer os símbolos cinematograficos gravados sobre uma tela suja de tinta branca.
um a rosa entre aberta sobre um sofá 1 milhão de dólares.
um vídeo pornô dentro de uma carrocinha.
e num tempo onde quase todo mundo pode escrever o que quiser por que não fazer uma homenagem à Hector Bonilha?

há muito tempo sem postar...e quando posto é uma bosta.
boa noite.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

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Talvez um pedido de mate-me por favor! fosse o mais adequado nesse momento...
eu não consigo fechar os olhos...e não é por pensar nos horrores que eu vi em filmes que marcaram minha vida seja em que época fosse...eu não fecho os olhos por pensar em cada pequeno horror que acontece em cada pequeno mundo real que forma um tal de mundo globalizado-normalizado-civilizado...é o que dizem...não sei o que anda errado comigo...não sei se eu errado...eu escrevo algo em português que talvez ninguém entenda mesmo sabendo ler em português...será que esse sentimento é só meu??
será que eu vendo coisas aonde não existem???
afinal por que eu escrevendo esse texto agora?
eu vou mudar alguma coisa com ele...vou parar as mortes por causa de assaltos ou de fome?
que eu faço?
alguém me responda!!!
dessa vez não é sonho!
tá acontecendo!
algo tá acontecendo!
e eu num sei nem explicar!
talvez até saiba...mas não tenho coragem,..;;.;,;,;
acho que é isso que falta: coragem!
Ô palavrinha!
não questão de fazer um texto bonito
foi uma questão de desabafo
vou tentar dormir
amanhã alguma coisa vai ter mudado?