terça-feira, 19 de outubro de 2010

incompreensão

é porque eu nao no teu corpo
que eu posso te julgar
é porque as lágrimas do teu rosto não são minhas
que eu posso sorrir

porque se não fosse assim
eu estaria no fundo do poço
e você só pele e osso
rindo da minha desgraça

é porque eu quero rasgar minhas cartinhas
e escrever novas modinhas
que eu posso estender tapete vermelho
à minha raiva

é pensando em trapaça que eu peço
e o tempo passa
e pensando no abandono
lembro do teu coração no bolso

porque quem hoje se abate
amanhã há de abater
porque a gente não vive em açougue
mas amanhã pode ser dia de matadouro

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