sexta-feira, 25 de setembro de 2009

fragmento plástico.

breve ilusão me tomou pela manhã.
enxergara as bolhas do plástico inflarem.
este plástico cobria fotos antigas.
fotos que me mostram que pouca coisa mudou ao mesmo tempo que tudo muda.
as palavras me escapam como o ar foge de um pulmão canceroso.
encontro pessoas conhecidas que não aparentam estar doentes.
no dia após elas morrem.
as bolhas de ar continuam a inflar.
a parede do meu quarto agora pesa sobre mim.
nem o sono me salva.
o plástico bolha está revivendo e eu não posso fazer nada.
as fotos já podem ser trocadas.
os personagens das fotos agora estão tão velhos!
nenhum valor nessas palavras.
nenhum valor sobre minha cama.
tomo coragem e enfrento o plástico.
tudo se apaga e se acende logo depois.
vejo tudo meio embaçado.
não escuto nada que vem daquilo que está além da minha visão.
só bolhas de ar à minha frente.
só bolhas de ar.
ar.

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