terça-feira, 9 de novembro de 2010

breve de carlos minguado

rua sombrero, 21 de dezembro 2011
acúmulo. acumulo. acumulando. acumulei.
acho que o cúmulo maior é guardar tanta coisa: no cérebro, no coração, em porões, em estantes, em hds e nunca usar nada disso pra mudar nada. eu me pego pensando nesse cúmulo e me auto incrimino. o que que eu fazendo? eu já li muita coisa. já escutei muita. já vi muita coisa. ainda tenho muito pra ver/ouvir/ler. mas não quero chegar no fim da vida e perceber que armazenei muito e não usei isso pra nada.
nao desacumulei pobreza. não extingui sentimentos ruins. não esvaziei pulmões cheios de ar que não servem pra nada.

mas ai eu deito e durmo com um gosto de revolta na boca. no outro dia já estou anestesiado de novo.

preciso voltar pra casa e mudar algo por aí.

carlos minguado

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