você é a melhor lembrança que eu tenho. fique sempre sendo lembrança. não estrague o presente. as lembranças são melhores pertencendo ao passado. no presente elas se tornam desgostosos
souvenirs. porque deixam de se alimentar do que a imaginação tem de melhor. aquilo que não é fato. a realidade mata a lembrança. detenha-se enquanto há tempo. fuja. não deixe que eu te traga pra perto de mim. continue sugando essa seiva que brota de dentro do meu mais profundo inconsciente. seja a lembrança. por mais tempo possível. mas no dia que você virar presente, tenha-me então como lembrança. que eu exista nos seus pensamentos. que eu me alimente da sua imaginação. que trocando de lugar com você eu seja agora o que de mais belo existe. e mesmo que eu sofra por saber que você não mais a minha lembrança querida, mas o fato presente e irremediável do tédio, eu serei feliz, porque de ti vou me alimentar. vou crescer. alcançarei o sublime dentro de ti. até que um dia eu volte. e não seja mais lembrança. e tudo se despedace. e com um laço amarrado na cabeça eu serei presente. mas isso é no futuro. aproveite a lembrança de mim. mas aí chego a uma questão: não fosse a realidade de onde poderíamos tirar matéria prima para criar as lembranças? então volto e fico entre a lembrança e o presente. a todo momento vou e volto. você vem e volta. estamos assim. vivos.
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