quarta-feira, 16 de novembro de 2011

a história da míngua língua na terra da tv e da fumaça invisível

tua míngua língua solta farpas
tua ignorante mente acha que o mundo é simples
nada disso existe sem tu
e com tu o mundo roda

tua singeleza ao pisar nos outros
é como um elefante a pisar nas flores
as flores gritam
mas ninguém as escuta

fritas o teu cérebro em frente a tv
encontras virtudes nos mais seletos condimentos
procuras andar sempre com incrementos
mesmo sabendo que teu nome constará numa lápide e só

apontas o dedo na cara do mais fraco
torces pelo policial que atira no mais fraco
sem saber que és, tu
tão fraco quanto os fracos

enquanto o forte
enrola notas dólares
e fuma, fuma, fuma
joga a fumaça na tua cara

o câncer cresce do inalar passivo
clamas por salvação
levantas para mudar de canal
teu controle remoto pifou

ele está no planalto
e fica chapado com teu dinheiro
e o arrancas de lá?
não. é preferível bater no mais fraco e acreditar que o poder age em teu favor.

é simples assim
porque é demais complicado
empurre goela abaixo
a fumaça, que sentes te cortar, mas que preferes ignorar

talvez porque ela seja incolor, insípida e inodora.
mas quão instável somos nós?

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