sábado, 19 de maio de 2007

[sonho--------contado----------explicado]

Eu dormia só em casa e tive um sonho que me fez despertar às exatas 3:04 da manhã...foi um sonho estranho, foi na verdade um sonho-poesia, se assim posso chamá-lo...nele eu recitava apenas quatro versos que apareciam claramente no sonho, mas que ao acordar se tornaram fragmentados e agora quando escreve me recordo que ao mesmo tempo que o recitava, as palavras que saiam da minha boca eram tornadas reais, era algo assim: eu tinha três notas de R$10,00, uma eu amassava, outra eu deixava normal e a terceira não sei ao certo o que fazia. Depois de fazer isso as lançava no ar e me perguntava qual das três chegaria ao chão primeiro, então elas caiam e chegavam ao chão, e quando isso acontecia a pergunta não mais importava, o que importava era que as três tinham caído e que o meu sofrimento não passava.
Acordei com os versos na cabeça para traduzir esse momento, mas aí eles se desfizeram aos poucos e não mais me lembro como faziam sentido ou se rimavam, se é que eles faziam algum sentido. Conto esse sonho agora. Não tive a quem contar logo depois que acordei e nem me lembrei de tentar pôr isso no papel. E se tivesse contado a alguém na hora que acordei, teria sido desleal com o sonho: "Nessa disposição, o relato sobre os sonhos é fatal, porque o homem, ainda conjurado pela metade ao mundo onírico, o trai em suas palavras e tem de contar com sua vingança. Dito modernamente: trai a si mesmo." Walter Benjamin - "Sala de desjejum"

Ainda bem que dormia só
ainda bem que não me trai
ainda bem que não te trai
ainda mal acordei!

Isso foi abstrato e inconsciente.