terça-feira, 14 de setembro de 2010

caderninho

num caderninho anotei tudo que fiz.
num caderninho anotei o que quis.
num caderninho anotei os amores que tive.
num caderninho anotei os trabalhos que tive.

num caderninho escrevi meus poemas.
num caderninho anotei meus afazares.
num caderninho repeti fonemas.
num caderninho desatei prazeres.

mas num belo dia o caderninho perdi.
e na manhã seguinte já não lembrava o que escrevi.
de noite comprei outro caderninho.
e comecei uma nova história sozinho.

até que as páginas amarelem.
ou até que eu canse de escrever.
ou até que perca e me congelem.
ou até que morra de viver.

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